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domingo, 25 de dezembro de 2016

Um bom ano!


As pedras que encontramos no caminho fazem parte da jornada...



Quando a alma da gente fica cansada, depois de um ano inteiro carregado de coisas pesadas que aconteceram no mundo.... parece que temos que nos esforçar para lembrar das coisas boas. É aí que sinto minha alma se elevar até as montanhas. E lá do alto consigo até visualizar as bandeirinhas coloridas dos budistas tibetanos, que reproduzem e distribuem energias positivas. FELIZ por estar neste mundo e ainda ter tantos planos pela frente. Foi um bom ano! Por isso mesmo deixo aqui minha gratidão: Obrigada!!!


sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Um bom Natal Africa!


Baobá, a árvore símbolo da Africa!

Uma vez um historiador disse que os descendentes de africanos precisam entender que eles têm uma história tão bonita quanto a da Grécia. E tem mais, eles não eram bárbaros. Os atuais descendentes dos povos da Africa não são descendentes de escravos, descendem sim de africanos que foram escravizados em várias partes do mundo. Ironicamente, um continente que é quase do tamanho do mundo e com tanta história para contar, sofre há séculos com a indiferença mundial. Por que, se somos todos africanos?! Este é o continente mais vandalizado das políticas globais. E para o resto do mundo só suas terras têm valor, pois estão cheias de diamantes e petróleo que atraem gente de terras mais distantes para lá morar. Mas o que mais me assusta é que a "neocolonização" de hoje parece tão perversa quanto a anterior. É avassaladora a falta de interesse real pelo povo africano, só a terra interessa. Pois para mim, a verdadeira riqueza da África é o seu povo, com sua cultura diversa, sua alegria, suas histórias, sua natureza belíssima e sua simplicidade de ver a vida. Mesmo com tanta diversidade de culturas, religiões, guerrilhas e dominações neste continente, o povo africano parece sorrir o tempo todo. Como conseguem? 
Neste quesito temos muito o que aprender com nossos primos. Afinal, a humanidade se originou lá e foi de lá que viemos todos nós!  Devemos o que somos hoje à "Mama África". Lembro-me de uma entrevista do jornalista Washington Novaes que disse: "Há alguns anos, na África do Sul, impressionei-me ao ver que bastava se reunirem três ou quatro negros para começarem a cantar e a dançar, com uma largo sorriso. Um dia perguntei a um jovem motorista: Seu povo sofreu e ainda sofre muito. Mas basta se juntarem umas poucas pessoas e vocês estão dançando, cantando e rindo. De onde vem tanta força? E ele: com o sofrimento, nós aprendemos que a nossa alegria não pode depender de nada fora de nós. Ela tem de ser só nossa, estar dentro de nós!"
Realmente eu tiro meu chapéu para o povo africano, que sempre teve e sempre terá o meu mais sincero respeito. 


A "Raposa-do deserto" habita o norte da África e é um dos mais belos animais, fora do estereótipo dos grandes animais africanos!










É muito triste ver a África fatiada desta maneira. Assim começaram as colonizações séculos atrás, quando devastaram tudo em busca de riquezas e nada deixaram além da pobreza...











A região do Marrocos é uma prova da adversidade na cultura e geografia deste enorme continente!


Já dizia Mandela: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, origem ou religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar."


Um feliz Natal a todos e muita esperança, especialmente ao povo africano e a todos os povos que sofrem com a indiferença neste mundo, e ainda assim encontram alegria em simplesmente viver!



quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Levando na bagagem

Vale de la Luna em La Paz....parecia outro planeta!

Sabe aquela sensação que muita gente tem de que o quintal do vizinho tem a grama mais verde, a festa é mais animada, as pessoas são  mais felizes? Acho que nunca tive. Talvez porque sempre tenha sido uma criança mais quieta e pensativa, preferia desbravar o meu quintal antes de tudo. Ainda não tinha aquela ambição de olhar por cima do muro... Mas depois que você passa pelo portão e percebe que tem um mundo inteiro a sua frente, a história muda de figura. Então comecei a explorar o pequeno mundo ao redor de minha casa, da minha rua, da cidade inteira. Só fui conhecer outro país já adulta, o que me deixou em vantagem, pois levava na bagagem um certo grau de maturidade. Foi então que o mosquitinho da aventura me pegou de jeito! É viajando que acabamos descobrindo nosso atrevimento e também uma dose de coragem. Sempre achei que atravessar rios, mares e fronteiras com meus próprios pés era muito mais interessante que ver pela televisão. 


Se aventurar aprendendo outras línguas te força a conhecer outras culturas e as diversas formas de falar as coisas simples da vida. Explorar outras áreas de estudo fora da sua zona de conforto e ficar especialista nisso. Não ficar à margem, acreditar que é possível e ao menos tentar. Com um companheiro do teu lado melhor ainda. Se não, sem problemas também, há coisas que nem todos gostam igual e tudo bem. Depois de muito tempo percebi que o ato de viajar definitivamente está impresso em meu DNA. Sendo uma bióloga falando, nada mais certeiro que ter o sentido da vida ligado a você! O simples fato de decolar, pegar a estrada ou um barco faz todo o sentido para mim, além de afastar tundo aquilo que te incomoda no momento. É claro que seus problemas não vão desaparecer como mágica. Simplesmente vão parecer menores e mais fáceis de resolver depois. Este é apenas um dos benefícios. Mas tem outro ainda melhor, você se sentir 20 anos mais jovem e "totalmente" capaz de subir o Everest, se preciso for, e sem perder o fôlego só para ver aquela imensidão lá de cima. O mundo para uns é um pontinho no universo, para outros uma galáxia inteira. Sem dúvida que eu estou no segundo time!!!

A sensação de voar num balão é indescritível, só o barulho do vento e nada mais!

Pescar meu primeiro peixe, um Cascudo, no rio Araguaia e não comê-lo foi um alívio!

Alguém pintou os Andes de azul e branco!

Mesmo com sono, acordar 5:30 da manhã e observar os pescadores no sul da Bahia trazendo seus peixes do mar...e depois comprar alguns quilos bem baratinho

Atravessar a Serra do Mar de trem em meio às nuvens e a floresta Atlântica

E que tal encontrar o "Papa Francisco" em sua cidade natal?

Por aqui eu andei!

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Enquanto isso o Ártico vai derretendo...


   

Neste cenário deslumbrante o pianista italiano Ludovico Einaudi participa da campanha mundial para salvar o Ártico do Aquecimento Global. Especialistas já dizem que 2016 será o ano mais quente da história. E ainda há certos "poderosos" recém eleitos por aí que não acreditam que o principal culpado pelo aquecimento do planeta é o homem, e que isso é pura invenção intervencionista da China contra a competitividade industrial! Oi ??????


domingo, 6 de novembro de 2016

O melhor barulho é o do mar


O melhor barulho para mim é o das ondas do mar. Mesmo nas montanhas, num silêncio profundo, com o vento soprando... ainda assim é possível ouvir o mar lá longe.... Ele abraça o planeta e nos conforta de tal forma que é praticamente impossível alguém não se acalmar diante disso tudo. Mesmo a maior tempestade de vento sul me faz despertar e ficar em alerta com tudo ao redor. A calmaria da maré cristalina me relaxa e faz refletir sobre um monte de coisas. Nascer junto ao mar é maravilhoso. Difícil é viver longe dele! Mas ele está sempre por perto, seja nas viagens, nos sonhos aquáticos, nas matérias que escrevo, no porta retrato na minha frente...

Uma coisa é fato - os oceanos, assim como a água, não são infinitos. Nunca é demais lembrar que precisamos preservá-los. Só que o atual estilo de vida da população acaba causando sérios danos para os oceanos, como a poluição e o aquecimento global, por exemplo. A boa notícia é que cada um de nós pode ajudar a melhorar esse quadro com medidas simples no dia a dia.
1- Reciclar e diminuir o uso de produtos plásticos, já que os trilhões de plásticos que flutuam no oceano matam inúmeros animais marinhos.
2- Utilizar menos o carro e economizar o uso de água e energia. Gente, isso é fácil! A queima de combustíveis fósseis acelera o aquecimento global. Se a água do oceano fica muito quente, o habitat marinho sofre. Além disso, 80% da poluição marítima vem da água contaminada despejada das cidades.
3- Escolher produtos que não exploram a vida marinha, pois além da pesca insustentável, muitos animais marinhos são mortos para fazer adornos pessoais e decoração.
4- Cuidar das praias é essencial. Quem não gosta de sol e mar? O problema é que no final ninguém lembra de carregar seu lixo embora, e ainda levam de "lembrança" pedras e corais.

Acho legal entender os mares e apoiar campanhas de proteção marinha. Isso ajuda a promover mudanças significativas ao meio ambiente e quem sabe um futuro melhor para todos nós e as gerações que ainda vão nascer. 
Qual o melhor barulho do mundo? Ainda é o das ondas do mar!!!

Um lindo coral no fundo do mar parece querer ser uma árvore, só que submersa!


                                                     



domingo, 30 de outubro de 2016

As crianças perdidas...

Criança refugiada do Afeganistão

Muitas coisas no mundo me chocam, mas a questão das crianças refugiadas me entristece ainda mais. Nunca fui mãe, mas não é preciso sê-lo (como dizia o poeta) para saber da dor que essas famílias sentem e como isso nos toca profundamente.  Outro dia vi na TV uma menina de mãos dadas com os pais correndo pelo deserto e gritando assustada com tanto bombardeio e as atrocidades dos terroristas. Muitas crianças se perdem de suas famílias durante a fuga para um outro país. Muitas são escravizadas e vão trabalhar para grandes grifes internacionais. Muitas são vendidas no perigoso tráfico de pessoas. Hoje em dia há mais de dez mil crianças refugiadas desaparecidas na Europa. O que é mais difícil de engolir é que muitas delas nunca serão encontradas!

Essas crianças não sabem o que é infância, ou pelo menos a infância que deveriam ter, aprendem a brincar com os restos de uma guerra que não é delas, já se acostumaram ao som de bombardeios e morteiros. Elas cruzam desertos, mares e cercas de arame para fugir da guerra. Cada uma delas é uma criança-adulto, porque foi assim que a vida lhes ensinou. Essa situação toda é vergonhosa para nós seres humanos e para todos os países poderosos que não tomam uma atitude definitiva. É preciso se chocar sim, pois não é algo normal que temos que nos acostumar. Mas ficar chocado não é suficiente. Depois do choque tem ter a ação. Logo fui pesquisar instituições pelo mundo que ajudam as crianças refugiadas. Há duas fontes sérias que aceitam doação em qualquer quantia para essas crianças:

Sem dúvida que esta não é uma crise de refugiados, mas uma crise política de todo o mundo, sobretudo a Europa. Muitos pequenos desaparecem nas duas primeiras semanas em solo europeu. Depois ninguém lembra mais deles. Essas crianças precisam de uma perspectiva de futuro que lhes tragam o equilíbrio emocional que ainda não têm! Elas só querem aprender a brincar como qualquer criança, não com artefatos de guerra, mas de esconde esconde, bola, boneca, amarelinha... 

Crianças brincando num campo de refugiados (foto: Muhammed Muheisen). O fotógrafo passou os últimos anos no Paquistão captando expressões das crianças de uma das maiores comunidades de refugiados do  mundo, fugindo da violência do Afeganistão. 

Crianças africanas, esperando por abrigo em algum país europeu,  ainda conseguem sorrir para foto

Menina esperando para atravessar a fronteira entre Croácia e Eslovênia (foto: Jure Makovec)

Milhões de crianças refugiadas não têm acesso à escola ou ao mínimo necessário

Crianças são as principais vítimas de drones que atacam o Paquistão. 

Todas as fotos foram feitas por fotógrafos que conviveram por algum tempo em campos de refugiados ou vivenciaram as constantes migrações para o continente europeu. Mas estas não são apenas fotos de crianças, e sim uma mensagem e um apelo delas para o resto do mundo. As crianças são as verdadeiras vítimas de qualquer conflito!


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Depressa demais

Adoro essa música da Arisa!!!

O universo é infinito? Sei lá. O que sei é que o tempo passa depressa demais... e quantas coisas eu tenho que fazer! O mundo não pára, e eu não tenho mais 20 anos, quando tudo era fácil, e a vontade de deixar o futuro para depois era tamanha que até nos esquecíamos dele. Então não há mais tempo a perder, o futuro é agora e sempre, e eu já estou nele. A vida para alguns pode ser apenas uma utopia. Para mim, é um universo inteiro a ser explorado. Mil coisas para fazer num só dia é normal. Estranho mesmo é um dia vazio. E isso existe???
Gosto muito deste provérbio Idiche:
"Se eu não for por mim mesmo, quem será por mim? Se eu for apenas por mim, o que serei eu? Se não agora - quando?"




domingo, 9 de outubro de 2016

Doce Colômbia

A montanha de Montserrat, em Bogotá, dá uma visão interessante da cidade lá embaixo...


A primeira sensação que tive quando desci em Bogotá há quase 4 anos, é que estava em um lugar seguro. Aquele friozinho na barriga quando o piloto do avião anuncia que dentro de alguns minutos estaríamos na capital da Colômbia, logo se dissipou no ar como fumaça. Encontrei uma cidade moderna, limpa, super arborizada e com seus arranha-céus que mais parecem espelhos. Os inúmeros parques verdes espalhados pela cidade e ciclovias por todo lado (mais de 300 km) são pequenas amostras  da qualidade de vida que se tem ali. O famoso café colombiano e o chocolate 70% cacau são produzidos no interior do país e fazem jus a sua fama. É claro que em Bogotá o trânsito é caótico, como em qualquer grande capital do mundo, e uma simples corrida de táxi pode virar uma aventura em poucos segundos. Os motoristas, em seus minúsculos táxis amarelos, acham que você tem vocação para milk shake e chacoalham tanto de um lado para outro que você pensa: para onde eu estou indo mesmo?! Em compensação, ruas e calçadas são largas, o que me estimulou a andar mais a pé que qualquer outra coisa!  Sempre levo meu par de tênis, é a primeira coisa que ponho na mala, pois sei que vai ser muito útil, especialmente quando decido me embrenhar por lugares que não conheceria de outra forma.

Andei um dia inteiro por ruas e bairros residenciais, na parte central e grandes centros comerciais de escritórios. Não me senti em nenhum momento acuada ou com medo, embora visse de vez em quando alguns policiais fortemente armados em locais específicos e seus cães usando coletes a prova de balas. Sempre atentos a um possível ataque terrorista das FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Felizmente nada aconteceu enquanto lá estive. Mas duas semanas depois que retornei ao Brasil, vi no noticiário da TV um ataque à bomba numa das ruas de grandes escritórios por onde andei, perto da embaixada americana. Mas soube também que isso é cada vez mais raro por lá. Sei que o que é viver num país livre e torço para que o povo colombiano que votou no Plebiscito contra o acordo de paz com as FARC pense mais uma vez no que isso significa. Afinal, quem pode ser contra à PAZ? Só assim a população pode sentir o que é ser livre de uma vez desta terrível sensação de medo que os persegue há mais de meio século!

Grandes prédios de escritórios podem ser vistos em um dos bairros modernos de Bogotá

Homens e seus cães com coletes a prova de balas, vigiando um dos prédios visados por terroristas

Um dos pratos servidos no "Andrès", queijo assado com várias canequinhas acima cheias de temperos

Mini táxis amarelos me deixaram enjoada numa corrida de poucos metros. Prefiro andar a pé!

Praça Bolívar em dia frio e chuvoso. A montanha de Monteserrat ao fundo toda encoberta...

Do alto do terraço do Museu da Esmeralda (produto exportado para o mundo todo  e orgulho da Colômbia) podemos ver as montanhas ao redor de Bogotá

Calçadas largas e muito verde na parte mais comercial da cidade. Realmente um estímulo a 'bater perna' por aí!

O Museu do Ouro é deslumbrante! É como se você estivesse num quarto escuro e de repente tudo se ilumina e brilha ao seu redor. São mais de 34.000 peças de ouro, além de esculturas de cerâmica de povos que já habitavam essas terras antes dos espanhóis chegarem!

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Fazer algo por nada






Sou super fã de quem se dispõe a doar um pouco de si sem querer nada em troca. Tem algumas pessoas assim em cada pedacinho do planeta. Na Inglaterra Josh Coombes, que é cabeleireiro, se dedica a fazer cortes de cabelo gratuitos em moradores de rua de Londres para devolver-lhes a auto estima. Depois de algum tempo, um amigo fotógrafo começou a acompanha-lo pelas ruas para fotografar antes  e depois, dando as fotos para que eles guardassem de recordação. O movimento teve início há um ano e as fotos estão no Instagram "Do Something for Nothing". Ele resolveu estender as mãos quando ninguém pensava nessas pessoas pelas ruas. Com o tempo ele percebeu que eles se sentiam muito bem com o resultado, alguns até se animavam a procurar emprego depois, outros acabavam fazendo ali uma espécie de terapia enquanto os fios caíam pelo chão. Josh espera incentivar também outras pessoas pelo mundo a se doarem um pouco com algo que sabem fazer por nada! 








Pode ser em qualquer lugar, no meio da rua ou de uma praça!


















Os resultados são surpreendentes e a auto estima agradece







As  pessoas sentem que tem alguém que realmente se importa com elas
















Rola até terapia na calçada!










E no final todos ficam felizes, com menos cabelo e muitos com a vida de volta!



sábado, 10 de setembro de 2016

Copacabana? Não, Copacabana.

Foto aérea: shoestringduo

Quando cheguei a "Copacabana" para participar de um evento sobre Mudanças Climáticas, logo percebi a dimensão daquele pequeno vilarejo às margens do lago Titicaca na Bolívia, já na fronteira com o Peru. Seu nome vem de "Qopaqhawana" (são inúmeras escritas!). Dizem que era um ídolo local que eles cultuavam antes mesmo da chegada dos Incas. Com a influência deste povo, os cultos a Qopaqhawana foram transferidos para o meio do lago, na 'Isla del Sol' e na 'Isla de la Luna'. Depois vieram os espanhóis, que acabaram com o culto pagão e transformaram o pequeno lugarejo no maior santuário da imagem da Virgem de Copacabana. A cidade fica a 3.840 m de altitude e a 3 horas e meia de ônibus de La Paz. Se você tem algum problema com altura e enjoo, é melhor desde o início mastigar umas folhas secas de coca (vendidas no peso 'aos  montes' pelas ruas de La Paz) ou mesmo um chá de coca para o mal estar. Confesso que só foi preciso no primeiro dia, depois me acostumei. É bom lembrar que a quase 4.000m de altitude é sempre frio lá em cima, independente da época do ano. Normalmente os hotéis têm aquecimento nos quartos, senão fica difícil dormir, já que de madrugada os ventos gelados dos Andes não perdoam! Do porto de Copacabana partem os barcos para as lendárias 'Isla del Sol' e 'Isla de la Luna'. São duas ilhas mágicas no lago Titicaca, do tipo: tem que ir de qualquer jeito. Não dá para comparar com a famosa praia de Copacabana, a princesinha do mar do Rio de Janeiro. Aliás, a nossa praia pegou o nome emprestado da Virgem do lago boliviano. Dizem que marinheiros evocaram o nome da santa durante uma forte tempestade no litoral brasileiro e com isso evitaram o naufrágio, conseguindo então desembarcar na praia sãos e salvos. 

Tive a sorte de chegar a Copacabana num fim de semana, quando ocorre o ritual de batismo dos carros em frente à Catedral da cidade. São muitos, de todos os tamanhos, enfeitados com flores, pintados de todas as cores e cheios de enfeites. Depois vem um padre para jogar água benta e abençoar os carros, um a um. É uma profusão de barraquinhas de artesanato, carros, cachorros, dança e pessoas, todas falando ao mesmo tempo, uma loucura daquelas boas e difíceis de esquecer! Para mim, o mais legal de Copacabana são as pessoas que vivem lá. Ali, diferente de La Paz, dá para conhecer um pouco mais o sorridente povo boliviano e como eles lidam com sua própria cultura. 


E quem disse que toda Copacabana precisa de um mar para chamar de seu? Para quem tem um lago gigante e tão belo como o Titicaca, a vida parece ser sempre azul.... <º((((<


Do pequeno porto de Copacabana saem barcos a toda hora para as ilhas do Lago Titicaca.


Na Catedral da cidade o Santuário da Virgem de Copacabana é visita obrigatória!


Barracas de souveniers espalhadas pelas ruas estreitas enchem os olhos de qualquer um pela profusão de cores. Normalmente não há nada que se queira comprar de verdade. Já as barraquinhas de artesanato....eu simplesmente queria levar TODOS os lenços e tapeçarias de lã de lhama! Mas me contentei com 1!

Um micro ônibus super colorido esperando para ser batizado pelo padre!


Povos antigos dos Incas ou Quechua acreditavam que a verdadeira Atlântida perdida está submersa nas profundezas do lago Titicaca. Tem até um pequenino museu na beira do lago que fala sobre isso, incrível!


Crianças bolivianas brincando calmamente em uma das ilhas do lago


Desembarque na 'Isla del Sol' - caminho totalmente íngreme até lá em cima, cheio de pedras e obstáculos, é para os fortes! Mas a vista espetacular e o almoço à base de peixe fresco compensam qualquer taquicardia no percurso!!!


Este é um dos irmãos Limanche, um típico descendente dos antigos povos andinos com seu barco de 'totora' feito a mão - aquele capim que nasce na água do lago (ao fundo na foto)